Azul é a cor mais quente. Um filme pra não assistir somente com o cérebro.

   Abdellatif Kechiche, é sem dúvida, um diretor polêmico e persistente quando o assunto é fazer filmes impactantes e complexos. Se compararmos os filmes "O Segredo do Grão" (2007) e "Venus Negra" (2010), vamos perceber que ele não fez o que naturalmente, um diretor comum deveria fazer, que é fazer o filme seguinte, diferente dos anteriores, já que sua técnica não vinha agradando os olhos e ouvidos de alguns críticos de cinema no mundo todo.




Acontece que Kechiche não recua. E fez o mesmo com "Azul é a cor mais quente", Em Inglês "Blue Is the Warmest Color", porém, o título original é "La vie d'Adèle - Chapitres 1 et 2". Um filme que conta a história de Adèle, que no colégio, com 15 anos de idade começa a encontrar problemas com seus relacionamentos. E então começa a descobrir a homossexualidade com seus amigos e posteriormente acaba conhecendo Emma, uma estudante de arte de cabelos azuis e personalidade forte. E com ela, todos os problemas sociais e intelectuais que existem, em um relacionamento homossexual.

Um filme profundamente detalhista e "sensualmente erótico". Onde não há ordem cronológica, quanto à passagem de tempo e nada faz muito sentido nos primeiros momentos. Porém o filme causa uma imersão tão grande, que quando menos se espera você entendeu o que minutos atrás tinha pensado "hâ?". Característica herdada de outros cineastas consagrados, como Honoré e Kubrick, por exemplo.

A fotografia é insanamente linda! Perdi a conta do número de vezes em que pensei e até falei: "NOSSA QUE CENA LINDA" ou que voltei alguns segundos no filme porque não consegui prestar atenção em tudo que a cena tinha para oferecer. Kechiche aproximou muito a câmera dos personagens, fazendo quadros cada vez mais próximos, causando uma relação quase íntima entre quem vê o filme e o personagem. E quando o quadro abre, cenas lindas surgem na tela, como na cena do parque, em que as duas garotas estão conversando enquanto Emma faz um retrato de Adèle.



A trilha sonora não poderia ser melhor. Músicas étnicas de artistas independentes estão presentes em todos os lugares, seja na festa de aniversário nos fundos de uma casa, seja numa parada gay ou seja numa manifestação contra a corrupção (Uma cena linda de uma manifestação que veio a calhar em tempos de Black Blocs). O filme mostra uma coletividade que gera uma descoberta diferente a cada ato. Sempre existe um grupo, onde um está para o outro, como o outro está para este um. E a displicência está presente no filme, com toda a naturalidade do mundo, será comum você ver alguém falando de boca cheia ou um figurante pedindo um cigarro emprestado para outro bem no meio da tela. (Propositalmente, claro).

As atuações das atrizes, foram perfeitas. Boatos a parte, com todas as dificuldades que surgem ao fazer um filme com tantas cenas profundas e explícitas de sexo, as atrizes atuaram de forma excepcional. Tanto Adèle Exarchopoulos quanto Léa Seydoux, foram aos extremos, para mostrar (E conseguiram, acredite) como pode ser singelo o amor entre duas pessoas do mesmo sexo. E se esforçaram mais ainda pra mostrar como pode ser duro, o fato de sofrer preconceito por pertencer a uma "minoria". Sem contar que o desenvolvimento das personagens durante o filme é perfeito, de uma menina ingênua de 15 anos a uma Mulher de 21. Adèle começa o filme como uma garota cheia de medos e inseguranças sobre seu futuro profissional e pessoal. E termina como uma mulher madura com consciência de seu papel na sociedade, o papel de ser humana. Com muita coisa pra aprender, afinal, o amor é um aprendizado diferente a cada renovação, certo?

Por fim, vale muito a pena conferir, um filme que não aborda o assunto "Amor lésbico" ou "Amor gay", mas sim um ensaio longo e expressivo sobre o amor. na sua mais pura forma, algo natural que ocorre a todos. Seja gay, lésbica ou "simpatizante", todos são iguais e o filme explora esse lado da psiquè humana: Onde é possível se descobrir em outra pessoa, e com essa pessoa evoluir seus melhores instintos ou seus piores defeitos. Um romance sobre as fragilidades do amor e as paixões que se esvaem. Com todos seus problemas e todas as suas virtudes, são 3 horas de imersão em um universo realista e peculiar, onde nem sempre, quem vence, é o mais forte.

UM OLHAR PARA A VIDA DE UM ASTRO DA TECNOLOGIA - PARABÉNS STEVE.




Dizem que os bons homens morrem cedo. Steve Jobs hoje estaria comemorando o seu 59° aniversário se não tivesse partido prematuramente por conta de um câncer raro no pâncreas. O homem que revolucionou seis indústrias: computadores pessoais, filmes de animações, musica, telefones, tablets e publicação digital, nasceu em 24 de fevereiro de 1955 na capital da tecnologia dos Estados Unidos, São Francisco e morreu em 5 de outubro de 2011.
Steve renunciou ao cargo CEO (chefe executivo de oficio) da maior empresa de tecnologia do mundo em agosto de 2011, entregando as rédeas ao atual executivo chefe Tim Cook.
Filho dos até então estudantes universitários Abdulfattha John Jandali imigrante Sírio seguidor do Islamismo, e Joanne Simpson. Foi entregue para a adoção e adotado por Paul Reinhold Jobs que era mecânico e ex-membro da guarda costeira, e Clara Jobs de Mountain View, sul de Palo Alto. Primeiramente a adoção de Jobs não havia sido autorizada por Joanne, pois gostaria que o filho fosse adotado por um casal com pós-graduação universitária, mas acabou concordando com a adoção após Paul Jobs assinar um fundo para que o menino fosse para a faculdade. 



Em abril de 1976 junto ao seu xará Steve Wosniak, Jobs fundou a Apple Computer Inc na garagem de sua casa a partir dai nasceu o primeiro computador com CPU, monitor e teclado em único "kit". Em 29 de julho de 1975 Wosniack conseguiu os primeiros caracteres na tela e ficou impressionado ao digitar. O primeiro grande lote com 50 Apple l foi vendido a Byte Shop que pagaria cerca de 500 dólares por cada Apple montado.

 "Digitei algumas teclas no teclado e fiquei chocado! As letras apareceram na tela, e foi a primeira vez na história que alguém digitou uma letra em teclado e viu aparecer na tela de seu computador, bem na sua frente." - Wosniak.


Agora é 24 de janeiro de 1984 quase 10 após a fundação da Apple, um jovem chamado Steve Jobs está de pé no centro do palco, onde apresenta aos acionistas da Apple Computer Inc. A "insanamente grande" máquina que ele está certo que mudará o mundo: uma caixa de plástico bege que se chama Macintosh. O local estava cheio de jornalistas, acionistas e Apple maniacos quando Steve tirou o Mac de uma bolsa, conectou o teclado e mouse junto a um disquete 3½. Ao som de Carruagens de Fogo a caixa de plástico apresenta na tela a palavra MACINTOSH em linhas verticais e horizontais. Em seguida, uma planilha. Um jogo de vídeo xadrez em um desenho de bitmap de Steve Jobs sonhando com um Mac e o computador fala: "Olá. Sou o Macintosh. É ótimo sair daquela maleta, com certeza. Não estou acostumado a falar em público, mas quero compartilhar com vocês uma máxima que me ocorreu quando conheci um IBM de grande porte. Nunca confiem num computador que não consigam levantar. Gosto de falar, claro. Mas agora quero sentar e ouvir. Assim, é com muito orgulho que apresento um homem que tem sido como um pai para mim, Steve Jobs". E neste momento tanto o presente tanto o futuro começou a depender de Jobs.  



Steve possuía um talentos indiscutíveis, personalidade e gênio forte, ficou famoso por ser perfeccionista e exigir e cobrar demais de seus funcionários. Por conta disto chegou a ser demitido de sua própria empresa em 1985 após uma série de discussões com John Scully, presidente da Apple. Durante o período fora da Apple Jobs criou a NeXT onde foi obrigado a fechar o setor de hardware da empresa pelos preços altos e o fracasso na comercialização. 12 anos depois a Apple precisava de um novo sistema operacional onde optou pelo sistema da NeXT, com esta operação Jobs retornou a Apple que estava a ponto de fechar por conta da situação financeira. Retornou em 1997, como consultor e no ano seguinte criou os iMacs, Mac OS e não parou de inovar, transformando uma empresa quase falida na maior empresa de tecnologia do mundo.
Reproduzir musica em qualquer canto e baixa-las legalmente na internet era impossível antes do lançamento do iPod e iTunes. Mas como nada para Steve Jobs é impossível os dispositivos foram lançados em 2001 com o valor de (US$ 399) e a capacidade de armazenamento de (5GB) tornando a tarefa de escutar musica em qualquer lugar mais fácil e tornando-se mais portátil do que nunca.



Entre alguns principais pontos da vida de Steve estão nos seus relacionamentos com as drogas (LCD e maconha), o câncer que o perseguiu nos últimos anos de sua vida e os seis meses que estudou na Reed College. E sem esquecer o tempo em que andava apenas descalços, não tomava banho, lia sobre espiritualidade, o que fez com que ele viajasse até a Índia.
Jobs também comprou da Lucasfilm um estúdio de computação gráfica a Pixar Studios com a ideia de torna-la na maior produtora de animações do mundo e lançou vários filmes de animações em 3D: Toy Story, Procurando Nemo, Ratatoullie, Up, altas aventuras.


Um de seus discursos mais motivadores ocorreu em 2005 na Universidade de Stanford onde ele diz que a vida ensina muitas muitas coisas e que no caso dele, existiram três principais eventos que o tornaram o homem que ele era: Abandonar a Reed College depois de um semestre. "Foi assustador naquela época, mas olhando pra trás é uma das melhores decisões já feitas." Ser demitido da Apple: "Isso me libertou para entrar em um dos períodos mais criativos da minha vida." E ser diagnosticado com câncer em 2004: "Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que conheço pra evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder."


Poucas pessoas mudaram a maneira das pessoas verem o mundo como Steve Jobs fez, pra ele uma pessoa não deve ficar no velho conforto de ser "mais um em meio a sociedade", e o seu maior legado é a mensagem que diz que aqueles que pensam diferente, marcam o seu lugar na história. Jobs nunca pensou apenas em uma interface gráfica bonita ou design diferenciado, ao contrário disto ele sempre buscou revolucionar, buscou o inovador, pensou sempre a frente e sempre conseguiu o seu melhor por sempre ter acreditado em suas ideias e perspectivas de futuro, mesmo com erros no meio do caminho, mas quem é o fodão que nunca erra, não é?

Somos todos autistas em nossa própria luta.




 
A sensação é de estar dentro de um corpo que não se pode controlar. É isso que, segundo Carly Fleischmann, o autismo provoca. Ela resolveu contar ao mundo o que se passa na mente de quem sofre deste distúrbio tão envolto em preconceitos e tabus e tão temido, podendo mostrá-lo de uma forma afetiva e real, desmistificando crenças estereotipadas a respeito.
Durante os primeiros 11 anos de sua vida, Carly vivia grande parte do tempo imersa em seu universo particular. O diagnóstico de autismo foi confirmado quando tinha 2 anos de idade. Os médicos explicavam que a impossibilitaria de se comunicar e de ter uma vida normal, além de dizer para os pais que ela tinha um atraso mental que a permitiria chegar somente ao desenvolvimento de uma criança de 6 anos.
Eis que emerge o que podemos chamar da salvação de Carly: o olhar parental. Seu pai sempre soube que ela estava ali, perdida atrás daqueles olhos. E talvez perceber essa crença que seu pai tinha nela foi o que a fez sentar-se no computador e digitar letras que formavam a palavra HURT (dor, em inglês), seguida de HELP (socorro, em inglês). Ela nunca tinha escrito nada antes. E agora estava ali, pedindo socorro, pedindo que alguém tentasse traduzir que sensação era aquela que sentia. Os pais de Carly então a incentivaram a se comunicar novamente. Se ela quisesse algo, teria que digitar o pedido. Alguns meses se passaram até que ela compreendesse isso.
A Associação Americana de Autismo o define como uma inadequação no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar a doença. De acordo com o manual de Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde– CID-10, da Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o autismo como um Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por:
  1. Um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos
  2. Presença de uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interação social, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo
O transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo, fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade. (Maiores informações no site: aqui)
Quando Carly chegou aos terapeutas, ansiosos por avaliar aquele comportamento raro, as primeiras coisas que digitou foi: “Eu tenho autismo, mas isso não é quem sou. Gaste um tempo para me conhecer antes de me julgar.”.
A partir daí, Carly começou a fazer algo inédito: revelar as explicações por trás de seu universo único. Ela começou então a explicar mistérios por trás do seu comportamento de balançar os braços violentamente, de bater a cabeça nas coisas ou de querer arrancar as roupas: “Se eu não fizer isso, parece que meu corpo vai explodir. Se eu pudesse parar eu pararia, mas não tem como desligar. Eu sei o que é certo e errado, mas é como se eu estivesse travando uma luta contra o meu cérebro.”
Tal capacidade não deve ser algo exclusivo de Carly. Certamente várias outras crianças acometidas por diversos tipos de transtorno do desenvolvimento poderiam ter a mesma sensibilidade. A questão é oferecer espaço para isso, para a criança perceber-se envolta em uma atmosfera de paciência e compreensão.
Eis algumas outras revelações sobre o universo autista feitas sobre Carly:
A sensação que a obriga a agitar os braços freneticamente é de formigamento ou do braço pegando fogo"
Ela às vezes tapa os ouvidos e olhos para bloquear a entrada de informações em seu cérebro. É como se ela não tivesse controle e tivesse que bloquear o exterior para não ficar sobrecarregada"
Ela diz que é muito difícil olhar para o rosto de uma pessoa. É como se tirasse milhares de fotos ao mesmo tempo, é informação demais para processar”
Todas essas dificuldades que ela apresenta parecem tão fáceis de realizar em nosso dia a dia, não é? Porém elas realmente não são. Menosprezamos a força mental que precisamos ter para manter o foco em determinada atividade entre tantas que a vida nos exige, a quantidade de informações diárias que o mundo nos envia e que consideramos tão óbvio. Devíamos perceber mais o quanto somos fortes e mentalmente resistentes, e o quanto, para quem apresenta algum tipo de transtorno mental, essas dificuldades se tornam quase intransponíveis. Porém, infelizmente ainda enxergamos o diferente com medo, com indiferença e com preconceito, como é possível perceber no incrível vídeo que Carly produziu (segue abaixo), que nos coloca dentro dos olhos de quem sofre disso, como se sente, o quanto o olhar externo traz julgamento e até mesmo reprovação.
Carly tem muito a nos ensinar, se estivermos dispostos a abandonar nosso olhar e aprender outro, talvez com menos habilidades cognitivas, mas certamente com outras habilidades emocionais que podem estar nos escapando em nossas vidas. Talvez isso possa ser resumido nessa última resposta de Carly à seguinte pergunta: Você pode descrever como se sente por dentro? Você acha que é diferente de crianças que não têm autismo? “O problema é que eu não sei o que as outras crianças sem autismo estão sentindo. Eu tenho lutas comigo todos os dias, desde que acordo até a hora de ir dormir. Não posso nem ir ao banheiro sem dizer a mim mesma para não pegar o sabonete e cheirá-lo ou sem lutar comigo mesma para não esvaziar todos os frascos de xampu”
Que possamos aprender com Carly a enxergar nossos pequenos atos diários como lutas, e então perceber o quanto somos vitoriosos e nem sequer sabemos.
Mais informações aqui.Texto retirado do site Literatortura

Ensaio Sobre a Cegueira. Sua visão do mundo nunca mais será a mesma

O ser humano é ruim por natureza.

Se você teve aulas de Sociologia ou Filosofia no Ensino Médio, provavelmente ouviu falar de Thomas Hobbes, certo? Ele foi um importante matemático e cientista político. Além de um importante filósofo, que escreveu o livro que hoje, é considerado uma das grandes obras da Sociologia, O Leviatã (1651), onde ele escreve sobre o estado de natureza do homem e discorre sobre os motivos pelos quais as leis devem ser aplicadas na sociedade como um todo. Admitindo que o homem seja ruim por natureza, que só se impõe sobre outro homem por meio da força e posteriormente à violência.

 

E isso nunca havia feito total sentido pra mim. Sempre fiquei pensando: “Como um homem pode ser mal por natureza? Sou vegetariano, ajudo o Greenpeace, tenho animais de estimação e não jogo lixo na rua. Ainda assim, como poderia eu ser um homem mau?”



 

Então eu assisti “Ensaio sobre a Cegueira”, em inglês “Blindness”. Um filme de 2008, dirigido por Fernando Meirelles, um brilhante diretor, brasileiro, que dirigiu filmes como “Tropicália”, “360”, “Nemesis” e “A Busca”.

 

O filme, baseado no livro de mesmo título, do escritor português José Saramago, lançado em 1995, que conta um relato impressionante sobre uma epidemia de cegueira que atinge uma cidade. Essa epidemia passa a ser chamada de Cegueira Branca, devido ao fato de que as pessoas atingidas passam a enxergar uma superfície branca, sem alterações de padrão, que surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, a doença se espalha por todo o país, e os afetados pela cegueira são colocados em um complexo totalmente fechado, sobre quarentena, sendo vigiados pelo exército 24 horas por dia. Porém conforme o tempo passa, o Estado deixa de suprir as necessidades dos afetados, devido ao crescimento exacerbado da doença. Logo, as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, como comida, água e até mesmo espaço, expondo-se aos seus instintos primários. Nesta situação a única esperança que lhes resta é a mulher de um dos afetados, que ainda consegue enxergar. E vai até seu limite mental e físico para encontrar, junto a todos os afetados do complexo, uma saída viável, em uma aventura para encontrar o resto de humanidade que resta nas pessoas.

 

Quando perguntado a José Saramago, autor do livro, sobre quais as reações ele esperava de seus leitores, disse: “Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso.”.

 

E o filme não decepcionou. Um retrato fiel do livro, que mostra com muitos argumentos que o ser humano não é bom. E que não há ordem enquanto há plena liberdade. E que é um passo importante reconhecer que você, por natureza não é bom.

 

A fotografia do filme é linda. Muito bem selecionada, dando a nítida impressão de aflição e tristeza durante todo o filme. A baixa saturação e a elevação dos tons verdes e azuis realçam essa sensação de aperto e dificuldade.

 

O filme não possui trilha sonora, exceto por algumas músicas eruditas de fundo. Isso, claro para deixar o filme ainda mais expressivo, os diálogos são simples, porém densos, e o visual é impressionante.

 

O Elenco foi muito bem selecionado, Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga e Danny Glover fizeram atuações incríveis. Da cena mais feliz possível, até a de maior dificuldade. Todos representaram seus papeis com a real determinação e sensibilidade que esse filme necessitou.

 

Algumas partes do filme foram rodadas em São Paulo, algumas em Osasco, uma cidade próxima da minha casa. Tudo isso para honrar o único pedido de José Saramago, quando perguntado o que gostaria de ver no filme, disse que apenas não queria que o local onde a história se passasse fosse reconhecível. Justamente, creio eu, para passar a sensação de que a maldade é endêmica e é parte de todos, do mais pobre ao mais rico.

 

Por fim, um filme que vale muito a pena ser assistido, e se sobrar tempo, melhor ainda ler o livro, que me fez repensar como as minhas atitudes dependem de uma série de fatores para que sejam aceitas e que sejam éticas. E que vai fazer você perceber que o Estado trabalha muito bem, quanto à determinação da ordem na sociedade. Com certeza, você vai perceber que o motivo de toda a desorganização social no mundo é culpa do homem, e que os problemas ambientais são culpa do homem, não de um exclusivo, mas de todos, que naturalmente tornar-se-ão violentos e intolerantes quando os recursos naturais estiverem acabando, quando Petróleo não existir mais, quando água for um bem cada vez mais difícil de encontrar. Então veremos o real estado de natureza do homem. Porque é como disse Thomas Hobbes: “O Homem, é o Lobo do Homem”, e parece que isso não tardará a acontecer.


 

Inspiração: Tatuagens fotográficas.

Há uma probabilidade muito grande de que você, que está lendo isso agora, já teve vontade de fazer uma tatuagem, nem que fosse minúscula, sobre qualquer tema, colorida ou apenas desenhada. E hoje resolvi separar 10 fotos como inspiração para minha primeira tatuagem!

As fotografias reúnem: A tatuagem (óbvio né) e a arte por trás das fotos, já que a pessoa que fez a foto e a tatuagem, ambos deveriam ser fotógrafos, ao menos, amadores.

Basta clicar sobre a foto e você será redirecionado diretamente para o Flickr do fotógrafo responsável pela fotografia.

Oscar Henderson
Alexander Radsby
Victoria Lubach
Victoria Lubach
Jessica Valle
Alex Gurwell
KJEANPHOTOGRAPHY
...
Erin Sunday



Espero que tenham gostado das fotos, e que assim como aconteceu comigo, tenham servido de inspiração para algum de vocês. Até o próximo post!

DANCER IN THE DARK - LARS VON TRIER




Lars von Trier tem como suas maiores funções explorar os limites do cinema e o cara explorou minha sensibilidade com a Selma Jesková (Bjork). E Lars sem nenhuma duvida conseguiu produzir o filme que mais me emocionou e arrancou lágrimas em toda a minha vida.


Em meu ponto de vista antes de iniciar o filme todo espectador deveria se perguntar: "O quanto do mundo eu ainda posso ver?" Pelo simples fato de Selma passar por todas as desgraças que a vida pode oferecer: mãe solteira, trabalhar duro como operária em uma fábrica, morar num trailer alugado e a cada dia ficar mais cega. E como se não bastasse seu filho herdar a doença degenerativa. Selma é uma imigrante tcheca pros Estados Unidos, e apesar de suas desgraças ela consegue escapar de sua realidade criando seu mundo de fantasias cantando e dançando, além de ser interpretada e o filme ser um musical da minha - e deveria ser a diva de everyone - Bjork. 

O filme é de 2000 - mas segue a linha do movimento Dogma (1995), que foi um manifesto assinado por alguns cineastas que se comprometem a fazer um cinema mais realista e menos comercial onde por coincidência Lars Von Trier lançou o projeto junto a Thomas Vintenberg em março de 1995, e uma das regras do projeto era que o som jamais pudesse ser produzido separadamente da imagem e era proibido o uso de acessórios ou cenografia.


"Eu brinco, de vez em quando... Sonho que as máquinas estão fazendo música".



A história transcorre em 1964 e o que deixa o filme "sensível" é o fato de Selma se sacrificar o tempo inteiro de diversas maneiras para salvar o filho da cegueira já que a sua doença infelizmente já não possui cura. E tenta ao decorrer do filme conseguir dinheiro para o tratamento de seu filho. 


Parece ser um filme como qualquer outro, certo? Mas não, Lars Von Trier faz com que o filme seja como um remédio ruim que faz bem através dos constantes sonhos de Selma, quebrando o ritmo daqueles musicais onde a galera sai cantando por qualquer motivo, deixando o musical mais para segurarmos as pontas e "torcermos" pela Selma, que transforma todo o barulho de uma fábrica em um grande musical, colocando coreografias em musicas como se fosse uma saída para suportar a realidade que está condenada a viver.


"Dizem que é a última canção, mas eles não nos conhecem, só será a última canção se deixarmos que seja." .



Meses ou anos depois de ter assistido Dancer in The Dark, devo agradecer a pessoa que me indicou esse filme - que em minha bela opinião é maravilhoso - e me apresentou a cantora Bjork - que é uma maravilhosa e hoje em dia uma de minhas cantoras prediletas -. E além das indicação foi a melhor professora que eu poderia imaginar ter e espero que os alunos dela - tanto os antigos tanto os de agora - achem ela tão magnifica quanto eu. Grandes saudades querida Flávia. 

WLT - UMA JANELA PARA O FUTURO LIVRE.




    Dave Tree criou um projeto em 2008 que leva artistas para fora de suas zonas de conforto para as ruas. O WLT (Watch Listen Tell) é um presente do Youtube que mostra um bom gosto - se notável - a cultura. E se dedica na criação de performances ao vivo e únicas, favorecendo artistas novos sem esquecer de músicos experientes.



 Dave é um diretor de musica ao vivo e também cineasta, convencido sobre o valor do audiovisual. Não costuma e também não gosta de produzir típicos clipes onde se precisa de eletrônica para obter uma sinfonia maravilhosa entre o cantor e sua voz, aqueles que usam o computador pra desviar a atenção do principal elemento: a música. 






   Na WLT os videos são gravados em uma única cena, em alguns dos mais belos recantos da capital inglesa, e dentro desses videos os artistas fazem uma versão acústica de seus grandes sucessos, utilizando apena seus fieis instrumentos, sem aditivos, o que acaba tornando as musicas totalmente diferentes das originais. Os acordes e a voz dos cantores sempre acabam combinando com o clima do local onde o concerto é produzido. 







A fotografia de cada vídeo possui cores suaves e o ritmo da câmera é um tanto quanto sedutor, tornando os três ou quatro minutos de vídeo os minutos mais agradáveis do seu dia.

    Uma das grandes curiosidades ou o fator mais interessante sobre a WLT é que, por grande parte de seus artista serem independentes, eles testam a capacidade da musica utilizando instrumentos que geralmente bandas tradicionais não usam. 




  Na WLT você encontra todo tipo de instrumento dos mais tradicionais até aqueles que você nunca viu ou não está acostumado a ver. 

    O canal conta com mais de 30 videos de artistas totalmente diferentes e todos - exatamente todos - possuem um jeitinho de fazer com que você fique com aquele gostinho de quero mais.


   




 "If someone doesn’t like  the music right now it’s  probably they are getting  old.”





Para ouvir mais produções da WLT basta visitar o canal no youtube: @watchlistentell



Sleepy Hollow - Muito além do que se vê

  Apaixonado por séries como sou, fiquei um pouco sem reação quando terminei a quinta temporada de Breaking Bad. Desde o início foi uma série que me predeu de uma forma inexplicável. 




E em meio à tantas série conhecidas, como "American Horror History", "Arrow", "The Originals" e muitas outras, uma série nova prendeu minha atenção e conquistou meu coração em já no primeiro episódio: Sleepy Hollow.

Descrita como "suspense sobrenatural", Sleepy Hollow é a adaptação da história "The Legend of Sleepy Hollow" escrita por Washington IrvingSe passa nos dias de hoje, com flashs do passado de um dos personagens principais.

A Série mistura duas histórias distintas: A dos Cavaleiros do Apocalipse, e a Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça. Que segue os fatos ocorridos desde que Icahabod, um capitão da Guerra da Independência norte-americana, sofreu um incidente no campo de batalha, e acordou 250 anos depois.




Junto com Icahabod, está a detetive Abbie Mills, que possui uma ligação desconhecida com Icahabod. E a missão dos dois é prevenir o apocalipse, contando com ajuda de fatos históricos, e lembranças obscuras do passado.


Sinopse (IMDB): "Ichabod Crane is resurrected and pulled two and a half centuries through time to unravel a mystery that dates all the way back to the founding fathers."

Elenco: Tom Mison como Ichabod Crane, Nicole Beharie como Lt. Grace Abigail "Abbie" Mills, Orlando Jones como Captain Frank Irving e Katia Winter como Katrina Crane


Uma série cheia de suspense e surpresas que vai fazer seu cérebro trabalhar de verdade. A primeira temporada foi sensacional e logo no terceiro capítulo a série foi renovada para a segunda temporada, que começa no fim desse ano. A série começa a passar HOJE (04/02) pela Fox Brasil 22:30h 

Vale muito a pena conferir pessoal! Até a próxima.


AS INCRÍVEIS ILUSTRAÇÕES PERTURBADORAS DE DOUGLAS NOE







  • Douglas Noe é um designer gráfico recém formado na Tyler School of Arts trabalha como designer, pintor, video artist, animador e musico barulhento. Noe gosta de passar teu tempo livre desenhando e conversando com gatos. 










  • Você pode encontrar mais sobre Noe em:Doug Noe