Europe For Two

"Um casal, uma câmera e 90 dias pela Europa.
Um dia saímos de nossos respectivos empregos em busca de algo melhor para as nossas vidas, foi quando decidimos não adiar mais nossos planos de viajar."



  A internet nos proporciona muitas coisas incríveis. E as redes sociais tem papel fundamental nisso. Foi então que em uma dessas procrastinações semanais, tive o prazer de conhecer Bruna Sturzbecher e seu namorado Renato Gouvea. Que criaram esse projeto cheio de fotos lindas e informações incríveis sobre a viagem.

  O projeto, como descrito pelo casal, consiste em passar 90 dias viajando pela Europa, com alguns equipamentos fotográficos, e com muita (mas muita) coragem. Envolvendo ligares lindos, cidades incríveis e uma bagagem cultural fora do comum!
Pensando nisso, resolvi fazer algumas perguntas para eles, para saber mais sobre a viagem e conseguir algumas dicas de como não perder a cabeça passando tanto tempo, viajando por tantos lugares!

  Acompanhe toda a viagem deles, no site Europe for Two e no Catraca Livre também! Aposto que vocês vão ficar impressionados com as fotos, os lugares. E tenho certeza que, assim como eu, vocês vão ficar morrendo de vontade de fazer uma viagem ao menos parecida pela Europa!




1.                  Quais câmeras vocês levaram pra viagem ,por acaso, visitaram algum lugar que não poderia fotografar?
Levamos uma Nikon 3200, duas lentes, uma 50mm 1.8 e uma 18-55mm, uma GoPro e o iPhone, que também rende fotos boas. Visitamos algumas igrejas onde não era permitido fotos, nesse caso foi preciso respeitar, do contrário eles expulsavam :(



2.                  Qual foi a maior dificuldade que vocês passaram durante a viagem, seja ela financeira, social ou política?
Podemos dizer que não tivemos nenhuma “grande dificuldade” até agora. Quando fizemos a Ring Road pela Islândia, tivemos que dormir uma noite no carro, passamos um pouco de frio, foi desconfortável, mas foi só. Financeiramente falando, vivemos na economia, então, quando passamos pelos países nórdicos tivemos que viver a base de miojo (rsrs). Quando viajamos de trem, temos algumas dificuldades de pôr as malas na cabine, pois são sempre muito pequenas e como nossa viagem é de 86 dias, tivemos que trazer malas não muito pequenas, hehe. Nem dá pra chamar de dificuldades, foram coisinhas bem pequenas mesmo.




3.                  Conseguiria, brevemente, nos explicar qual o itinerário de vocês e quais países visitaram?
No começo, nossos planos eram de passar apenas 15 dias na Islândia. Mas como tínhamos largado nossos empregos, resolvemos estender um pouco mais. Nosso roteiro é: Islândia, Noruega, Dinamarca, Alemanha, República Tcheca, Hungria, Áustria, Itália, Suiça, Holanda, Bélgica, França, Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia, País de Gales e Inglaterra. Nesse momento, estamos na metade da viagem, estamos na Suiça.




4.                  Do ponto de vista de vocês, uma viagem internacional é importante para incrementar as experiências que entrarão nas descrições profissionais dos viajantes?
Isso vai depender do tipo de viagem que vocês está fazendo e qual carreira profissional você vai seguir. Achamos importante essa “expansão de horizontes”, mas também achamos que talvez um tempo morando fora incremente muito mais do que apenas uma viagem.




5.                  Quais as principais diferenças que vocês notaram, entre as políticas de gestão pública dos países que visitaram e a do Brasil?
Muitas. Vamos citar as que achamos mais interessantes: aqui as pessoas utilizam mais o transporte público e bicicletas, por isso não tem transito e nem o caos das grandes cidades brasileiras. Os métodos de reabilitação de presidiários são diferentes, então o número de crimes é muito menor e as penitenciárias são pequenas (a de Reykjavik, na Islândia, por exemplo, tem lugar pra 12 pessoas). Mas também não dá pra comparar países tão pequenos da Europa com o Brasil, que é um dos maiores países do mundo. Uma coisa que nos deixou impressionados foi a Alemanha, mais precisamente Berlin, que é uma cidade grande, passou pela Guerra e pelo nazismo, mais 28 anos de separação pelo muro de Berlin e é muito mais desenvolvida que as cidades do Brasil, que nunca teve guerra nenhuma. Até cidades não tão grandes (se compararmos com São Paulo, por exemplo), como Copenhagen, possuem mais linhas de metrô que cidades do Brasil, as obras também são entregues bem mais rápido do que no Brasil. Mas como disse, não dá pra comparar, são países muito menores que o nosso, com muito menos gente. Sem contar que eles vem se desenvolvendo há muito mais tempo que o Brasil, que foi descoberto há 500 anos, por exemplo.





6.                  Se pudessem recomendar apenas um dos países que visitaram, qual recomendaria e porque?
Islândia! Sem dúvida alguma. Do ponto de vista turístico, no Brasil, não é um lugar muito conhecido (infelizmente). Algumas pessoas ficaram questionando a gente, perguntando o que a gente ia fazer em um país que “não tinha nada de tão famoso”. Olha, os brasileiros perdem muito por não fazerem turismo por lá, é o que temos a dizer. Ficamos encantados com as belezas que aquele lugar possui. Nos cinco dias que ficamos na estrada, víamos no mesmo dia picos de neve, lagos e praias de areia preta. Fizemos uma caminhada até uma geleira, já passava da meia noite e ainda estava tudo claro. Foi uma das coisas mais incríveis que já vimos na vida. Acho que, se houver paraíso mesmo, ele vai ser mais ou menos como a Islândia.




7.                  Vocês fizeram maior parte da viagem, entre países da Europa, de avião ou de ônibus?
De trem. E ônibus também. Avião, até agora, foram 3 vezes.




8.                  Poderíam nos dizer, aproximadamente, quanto dinheiro juntaram para essa viagem?
Não exatamente (rsrs). Não dá pra saber ao certo, só vamos ter uma noção no final da viagem. O que pesa bastante é a acomodação e passagens, em alguns casos, uma passagem de trem sai 90 euros (uns 260 reais, aproximadamente). Juntamos um pouquinho, mas não sabemos se o que juntamos vai bastar.





9.                  Fizeram câmbio de moeda aqui no Brasil? (Caso achem a pergunta invasiva, não respondam, por favor)
Um pouco no Brasil e um pouco aqui, já que alguns países não costumam usar Euros, aí precisamos fazer a conversão do Euro pra moeda local.





10.               Quanto à hospedagem, como fizeram? Hostels, Hoteis ou Albergues?
Na maioria das vezes usamos o Airbnb, uma rede social de quartos e apartamentos que recomendamos muito: você aluga um apartamento ou um quarto de uma pessoa local e tem acesso a cozinha (o que nos ajudou muito, pois não precisamos sair pra comer fora todas as vezes), máquina de lavar, banheiro. Fizemos amizade com bastante gente também! Em alguns lugares, como Copenhagen, Berlin, Budapeste e Munich, ficamos em hostel, todos muito bons.




11.                                                                                                                                                                    A bagagem cultural adquirida durante essa viagem, pode ser comparada a outros países, comumente visitados, como Canadá e Estados Unidos? Se não, seria maior ou melhor?
Pode sim, com certeza. Mas é diferente, de certa forma. Aqui são vários países, cada um com sua cultura, e todos um pertinho do outro. São mais culturas, é mais acessível também, dá pra ir de trem, de ônibus, de carro, não só de avião.



12.              Por fim, poderiam resumir como foi a viagem? Desde o planejamento até agora? E O QUE ACHARAM DE TUDO, CLARO!

Até agora foi maravilhosa. Poder conhecer a bagagem histórica e cultural de cada país foi sensacional. Combinamos tentar explorar um pouco mais dos lugares, não ir apenas nos lugares “famosos” e abarrotados de turistas. Um dos lugares que conhecemos dessa forma foi Christiania, uma cidade que fica dentro de Copenhagen, na Dinamarca, fundada por hippies em 1971, em uma base militar abandonada. Foi uma experiência incrível que não teve custo nenhum e não precisamos passar por multidões de turistas. Na Noruega passamos o maior aperto financeiro, uma pizza custa em média 80 reais, não dava pra comprar nada! A Alemanha foi um dos países que mais gostamos, por toda a bagagem histórica que ela tem. Ficamos maravilhados com Paga, tanto pela beleza da cidade quanto pelos preços, tudo muito barato ( um litro de cerveja custa em média 2 euros em alguns pubs!). Budapeste, na minha opinião, foi uma das cidades mais lindas que passamos, Viena nos surpreendeu. Itália foi o país mais parecido com o Brasil que vimos até agora. Suiça foi de tirar o fôlego. Passamos muito calor desde que saímos da Islândia, que foi o primeiro país do roteiro e só na suíça é que o tempo começou a melhorar (preferimos o frio). No momento, voltamos pra Alemanha, estamos em Munich, ainda vamos para a região da Floresta Negra antes de irmos pra Holanda.